quinta-feira, 24 de setembro de 2009

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

CALAFATE: BELEZA E JEITO ROMÂNTICO


O visual atraente e o cuidado com que o casal se dedica à reprodução, durante a maior parte do ano, são alguns dos atrativos do Calafate.
A beleza delicada e exótica do Calafate ajudaram-no a tornar-se um dos pássaros mais criados no mundo. O avermelhado do bico, de peculiar formato cônico, aparece também nos anéis ao redor de cada olho. Na verdade, o seu bico é transparente e o colorido vermelho é proporcionado pelo sangue que nele circula. A cabeça preta com uma mancha branca destaca-se do corpo cinza, sua coloração original, que pode se apresentar em tons mais claros ou escuros. É encontrado também em mutações de diversas cores (veja ficha). Originário de ilhas indonésias como Java, Sumatra e Bornéo, voa em bandos e torna-se uma praga nas plantações de arroz. Seu nome científico Padda (Lonchura) oryzivora significa "comedor de arroz". É chamado também de Pardal de Java ou Pada. O nome popular Calafate vem dos calfat, como eram chamados os marinheiros encarregados de vedar as juntas das embarcações, na função de calafetar o navio, normalmente com estopa para impedir a passagem de ar ou água. À sua semelhança, o Calafate constrói o ninho como se fosse uma bola oca e o fecha bem, de forma que reste apenas uma pequena abertura de entrada para a luz não se infiltrar.
A Indonésia e suas ilhas pertenciam, desde o século 17, à Holanda, cujos marinheiros espalharam o Calafate pelo mundo. Na trilha de difusão da espécie começaram por Zanzibar, Ilhas Maurício, Santa Helena e continuaram pela Índia, Malásia e parte da China. Chegaram então à Europa onde sua primeira criação amadora bem-sucedida é de 1890, na Suíça.
No Brasil, o Calafate está há mais de 40 anos. Vive e se desenvolve muito bem já que é uma ave de clima quente. Chegou aqui através de criadores brasileiros que foram buscá-lo na Europa e de marinheiros orientais que aportavam trazendo exemplares na bagagem.


ROMANCE
Resistente, o Calafate é uma ave que se dá bem em viveiros externos, onde pode ser criado em colônias ou com outras espécies, como Periquitos Australianos e Diamantes Mandarim. Os criadores preferem, entretanto, tê-lo em gaiolas formando apenas um casal, onde fica mais dócil, aceita bem a aproximação das pessoas e se reproduz normalmente. "No viveiro, geralmente espanta-se com as pessoas a ponto de o bico ficar marcado com as batidas que dá nas grades", comenta Hermelino Bosso, do criadouro São Vicente, de Mauá - SP. "Lá, ainda, desgasta-se nas disputas por ninhos com outros casais e com isso submete-se a situações adicionais de estresse."
O macho é um pai e tanto. Costuma colaborar com a companheira em todas as etapas possíveis da procriação. Em março, junto com a fêmea, trança o capim e confecciona o ninho cuidadosamente. Eles não deixam escapar nem mesmo eventuais folhinhas que, por acaso, fiquem presas em algum lugar. A partir daí, acasalam-se. Assim que a fêmea termina de botar os ovos, revezam-se no choco e, em conjunto, passam a alimentar e cuidar dos filhotes. Todo este processo dura cerca de dois meses. Logo depois, o ciclo reinicia, e assim sucessivamente, até o fim de outubro. Começa, então, uma nova fase, a da recuperação física do organismo desgastado pelo período reprodutivo. Vai até o mês de março e durante a mesma ocorre a muda, que dura no máximo dois meses. Terminada esta fase, retornam à reprodução.

OLHOS FECHADOS
O Calafate se estressa facilmente em viagens e pode morrer, exigindo cuidados especiais no seu transporte. Hermelino, por exemplo, costuma levar os dele para competir nas exposições de pássaros. Para resguardá-los, os coloca em caixas de transporte (veja ficha). Mesmo assim, ficam com muito medo, tanto que mantêm os olhos fechados durante o percurso e não os abrem enquanto a viagem não terminar. Para tranqüilizá-los, Hermelino pára a cada duas horas, tira-os da caixa, coloca-os em suas respectivas gaiolas, para descanso de 30 minutos, e depois pinga duas gotas de água no bico, amenizando a sede causada pelo estresse.
Os criadores recomendam nunca transportar o Calafate na época da muda. Neste período a resistência cai bastante e, por isso, aumenta muito a chance do estresse ser fatal.

MUTAÇÕES
O corpo cinza do Calafate original pode apresentar tonalidades mais ou menos intensas. A preferida pelos criadores é a cinza escura. Existem também as seguintes mutações:
Branca - Tem os olhos pretos.
Albina - Branca com os olhos vermelhos.
Canela - Cabeça marrom escura e corpo marrom claro.
Isabelina - Cor marrom mais clara que no Canela.
Canela diluído - Corpo branco, cauda e cabeça bege e olhos vermelhos.
Arlequim - Manchas brancas irregulares sobre o corpo cinza.
FICHA
Tamanho: porte pequeno, até 15 cm.
Instalações: em local protegido de ventos e chuvas, com bastante claridade. Viveiro: até 5 casais - 1,5 m (comprimento) x 1 x 1 com tela só na frente, coberto totalmente com telhas de barro. Gaiola: GR3 com 70cm x 40(largura) x 30 (altura).
Caixa de transporte: de madeira, 40cm x 25 x 10, com só uma face em tela, para 10 aves.
Alimentação: granívoro. Dar, diariamente, ração industrializada para granívoros à vontade, ou uma mistura de sementes não lavadas para maior durabilidade (para 5 casais, por um mês: 5kg de painço, 2kg de alpiste, 1 kg de aveia). Pode-se complementar 2 a 3 vezes por semana com maçã picada, couve, almeirão e escarola e insetos. Farinhada (para o período da procriação, receita de Hermelino para 5 casais, por um mês): 2 kg de sêmola de milho, 1 kg de farinha torrada de pão, 500 g de germe de trigo cru, 1 lata de Neston, 1 colher (de chá) de sal comum. Dar diariamente, por casal, 1 colher (de sopa) misturada com 1 ovo cozido por 5 minutos e amassado, numa vasilha de porcelana, por ser mais higiênica. Não guardar por mais de 1 mês, pois estraga. Pendurar 1/4de espiga de milho verde cru, 2 a 3 vezes por semana, na gaiola. Água: não pode faltar.
Identificação sexual: o macho adulto canta mais, seu bico ocupa uma área maior na face e tem o anel em volta dos olhos mais vermelho.
Ninho: caixa de madeira cúbica, 20cm x 20 x 20, com tampa, fora da gaiola com a abertura redonda voltada para a gaiola. Se menor pode prejudicar a postura da fêmea. Em viveiro, pôr um ninho a mais que a quantidade de casais. Na gaiola, colocar o ninho junto com o casal, a partir dos 10 meses de idade.
Reprodução: início de março. Durante 4 dias colocar um punhado de capim barba-de-bode para cada ninho. Enquanto o capim não acaba, o casal tece o ninho - uma bola oca que ocupa todo o espaço do cubo. Depois de pronto, pode-se cortar a parte superior da bola com uma tesoura, para inspeções quando abrir a tampa. Nunca limpar o ninho. A fêmea fica nervosa e prejudica a criação. Um mês e meio depois começa a postura. A fêmea põe de 4 a 6 ovos (demora 4 dias). Depois do último, começa a chocar, revesando-se com o macho. Após 15 a 16 dias os ovos eclodem. Os filhotes são separados dos pais aos 35 dias. A nova postura começa 3 dias depois. De março a outubro são 4 a 5 posturas. O casal tem por temporada cerca de 20 filhotes.
Higiene: adora banho. Na época de criação, em dias quentes, colocar diariamente uma vasilha com água para banho. Na muda (novembro a fevereiro), apenas uma vez por semana.
Saúde: não há doença específica. Boa higiene e alimentação bastam. Bico quase branco é sinal de anemia.
Muda: se durar mais de 2 meses significa algum problema.

BAVETTE: SOCIÁVEL E COLORIDO


Com a aparência chamativa, o Bavette é uma boa opção para a criação doméstica

No importante Campeonato Brasileiro de Aves deste ano, promovido pela Federação Ornitológica do Brasil, em São Paulo, um Bavette Cauda Longa foi o primeiro colocado entre as melhores aves classificadas num total de 730 concorrentes. Os grandes trunfos para a vitória foram o belo porte, babadouro grande, as cores e as demais marcações muito bem definidos.
As formas delicadas e tons suaves em contraste com o intenso colorido das marcações e do bico, são algumas das qualidades do Bavette que atraem apreciadores mundo afora. Sociável, esse pássaro acostuma-se bem a quem trata dele e não é do tipo que se debate na gaiola à menor aproximação. O babadouro (em francês, bavette) que lhe valeu o nome, na verdade só aparece em duas das suas três espécies: no Bavette Cauda Longa e no Cauda Curta. Mas há uma terceira espécie que, em vez de babadouro, tem máscara. É o Bavette Mascarado. Existem ainda dez subespécies e mutações (veja quadro As variedades). O mais popular dos Bavettes é uma subespécie, o Hecki Grassfinch. Tem colorido mais intenso que os demais, um vistoso bico vermelho e pertence à variedade Cauda Longa, a mais dócil das três.
Um atrativo à parte dessa ave são as formas de expressão sonora, notável pela sua diversidade. O canto é exclusivo dos machos e pouco expressivo para os nossos ouvidos, mas funciona bem na hora de acasalar: o pretendente canta e pronto, a conquista está feita. Já o macho e a fêmea produzem um assobio de "alerta" bastante alto, que usam para avisar quando alguém se aproxima, seja um predador, um estranho ou o próprio dono. Emitem também uma "saudação" sonora ao se encontrarem com outro Bavette, rápida e inarticulada, acompanhada por um aceno da cabeça.


O ANO TODO
Sociável, o Bavette tem o hábito de formar pequenos grupos, no qual um alisa as penas do outro - um tipo de interação social e de higiene pessoal observável também na criação doméstica, o ano todo. A espécie Cauda Curta arrepia as penas da região do babadouro e emite um som rápido, que significa um convite para o início do ritual de alisamento. Quando aborrecida ou agressiva, mantém essas penas aderentes ao corpo.
O Bavette convive bem com outras espécies, desde que sociáveis e compatíveis em tamanho, para evitar brigas entre machos e desvantagens, se houver desentendimento. São adequados o Diamante de Gould, o Mandarim, o Modesto, o Manon e o Starfinch. Procria o ano todo, principalmente de março a outubro. Na Austrália, de onde se origina, se reproduz principalmente na época das chuvas, quando o alimento é mais abundante.
Uma forma de identificar o sexo é pelo canto, já que as diferenças físicas não são facilmente perceptíveis. Para estimular o macho a cantar, coloca-se o Bavette em uma gaiola isolada por no máximo um dia, tanto na época de reprodução como fora dela. Se não cantar, trata-se provavelmente de uma fêmea. A espécie que canta menos é o Mascarado.
Não se deve acasalar Bavettes de espécies diferentes e nem comprar mestiços. Podem ser estéreis, com diversos problemas de saúde e perdem as características típicas das espécies, como a cor do bico e o tamanho correto da cauda.

ANTIESCURIDÃO
Na natureza, é o macho, principalmente, que constrói o ninho em arbustos ou entre os ramos das árvores, em forma de bola, com apenas uma abertura na frente. Na criação doméstica, a tradicional caixa de madeira quadrada, com 15 centímetros de lateral, funciona muito bem. Pode ser acoplada externamente à gaiola para não ocupar espaço e facilitar a inspeção dos filhotes pela tampa superior. Num canto da gaiola, coloca-se fibra de coco, graminha japonesa seca ou capim seco e fino, para o macho e a fêmea forrarem o ninho.
O Bavette se adapta a qualquer gaiola. Para a procriação, é aconselhável que ela seja do tipo "criadeira", por oferecer mais espaço aos filhotes quando começarem a sair do ninho. Tem 70 cm de comprimento x 30 cm de profundidade e 40 cm de altura. No período da reprodução, os casais podem permanecer no viveiro comunitário mesmo que haja aves sociáveis de outras espécies. O viveiro varia conforme a quantidade de pássaros. Deve ser instalado em local que pegue o sol da manhã em toda a extensão. Cobre-se um terço do telhado com telhas de barro. O chão é de cimento com inclinação para o escoamento de água. Fecha-se tudo com tela de arame, fio 18, com malha de meia polegada, para evitar a fuga dos pássaros e entrada de ratos.
No escuro do ninho, os pais localizam as bocas dos filhotes para alimentá-los guiados por manchas bem claras que têm na boca. Em cativeiro, o período do choco dos ovos é o mais crítico para as três espécies. Fêmea e macho deveriam se revezar nessa tarefa, mas geralmente não o fazem, satisfatoriamente, e também não alimentam corretamente os filhotes. Nesses casos, costuma-se transferir os ovos para um casal de Manons. A reprodução do Mascarado é a mais passível de erro, devido ao ciclo irregular de postura, menor que o das outras espécies. Formar o casal é também mais difícil, pela maior dificuldade em identificar o macho, que não costuma cantar muito.
Os filhotes começam a emplumar a partir dos seis dias, quando aparece a penugem. Com cerca de 15 dias nascem as penas maiores. Podem ser separados dos pais entre 40 e 50 dias (siga a orientação de um criador). Não se deve submeter o casal a mais de quatro posturas anuais para não provocar desgaste na fêmea e não causar diminuição do número de ovos e nem filhotes mais fracos. Quando transferimos os ovos da fêmea Bavette à ama Manon, a tendência é que as posturas reiniciem em apenas 10 dias. Esse intervalo é bem menor aos cerca de 60 dias da natureza, onde ela choca seus ovos e cuida dos filhotes até se tornarem independentes, para só depois botar novos ovos. Como o organismo precisa repor o cálcio, recomenda-se retirar o ninho para forçar intervalos mínimos de um mês entre as posturas.

MUDA RÁPIDA
O criador de aves há 30 anos, Hermelindo Bosso, do Criadouro São Vicente, em Mauá - SP, ensina que o banho pode acelerar o término da muda. "A água aumenta o peso das penas e faz com que caiam mais depressa para dar lugar às novas." Para não causar resfriado e posterior pneumonia, não se deve pôr a banheira em locais com correntes de ar e nem nos dias frios, sem sol.
Ao adquirir um Bavette, o ideal é avaliá-lo da mesma maneira que um juiz faria, ensina um dos diretores da Federação Ornitológica do Brasil e da Ordem Brasileira dos Juízes de Ornitologia. "Em todas as variedades, quanto maior o babadouro (ou a máscara) a definição das marcações e a intensidade e brilho das cores, melhor", diz Roque Rafael de Moraes, que é também criador há 30 anos pelo Criadouro Porto Feliz. "Um bom Bavette tem um porte que dá a impressão de robustez a cabeça bem proporcionada com relação ao corpo e o bico sem manchas; não desbotado e nem alaranjado, que é um indício de mestiçagem", complementa. Outras características importantes são as unhas estarem completas as penas não terem falhas e serem bem assentadas, as patas se apresentarem limpas e sem descamação, sinais de que a ave está saudável. No rabo da Cauda Longa devem estar presentes os dois filetes de penas característicos, com tamanho ideal de 3,8 centímetros.
Quando bem cuidado, o Bavette é resistente. Precisa tomar sol da manhã, receber alimentos de boa qualidade, ter boas condições de higiene e ficar em um local sem excesso de movimento, de barulho e de correntes de ar. Caso contrário, a resistência cai e aumenta a possibilidade de ele pegar coccidiose, doença que ataca aves com baixa resistência e à qual as espécies australianas são especialmente sensíveis. Os sintomas consistem em diarréia, desidratação, falta de apetite e conseqüente emagrecimento - visível pelo osso saliente do peito (peito seco). O mal favorece o aparecimento de outras doenças e, em poucos dias, pode causar a morte. A veterinária especialista em aves, Stella Maris Benez, de São José dos Campos, explica que é de fácil contaminação, através do contato com objetos usados pelo pássaro doente. Para desinfetar, mergulhe-os em água sanitária (2 ml por litro de água), durante 15 minutos, e lave-os bem em água corrente. Roupas e solas dos sapatos também podem disseminar a doença. Há tratamento sob indicação veterinária. O tratamento inadequado pode favorecer também o aparecimento de outros males. Os mais freqüentes são a Salmonelose (diarréia branca, problemas de reprodução e de fígado), Mycoplasmose (artrite, problemas respiratórios crônicos, perda de embriões, ovos com baixa fertilidade), Colibaciolose ( mortalidade dos filhotes, problemas respiratórios, do fígado e ovários).

RECEITAS DE EXPERTS
O Bavette é granívoro. Uma boa alimentação é composta principalmente por sementes. A veterinária Stella Maris recomenda misturar vários tipos de painço ( o português, o verde, o branco e o preto) com alpiste, de forma que o painço represente 60% da mistura. Pode-se trocar 10% de alpiste por 10% de Niger. Duas vezes por semana, complementa-se com farinhada industrializada Cedé, própria para aves exóticas em geral, inclusive o Bavette (com 18 a 24% de proteínas), oferecida diariamente no período reprodutivo, a partir da postura até a criação dos filhotes. Três vezes por semana é bom oferecer verduras, que são um alimento natural e contêm vitaminas (couve, almeirão, escarola - alface não). Mas o risco de parasitas e bactérias é alto. Devem, portanto, ser esterilizadas, mergulhando-as por 30 minutos em uma solução de 20 gotas (1ml) de vinagre ou hipoclorito de sódio, comprado em farmácia, em meio litro de água. Os filhotes, quando alimentados na mão, devem receber a farinhada pura umedecida com água, na forma de papinha. Cuidado: não armazene as sementes em casa por mais de 30 dias, o que deve ser feito em ambiente seco, caso contrário há risco de micotoxinas de fungos, altamente fatais aos filhotes e causadoras de problemas crônicos nos adultos.

AS VARIEDADES
Há três espécies de Bavettes. Todas apresentam subespécies, originadas por mudanças devido à influência geográfica. Há também mutações nas quais a única diferença ocorre na coloração.
CAUDA LONGA
ORIGINAL (Poephila acuticauda). Conhecido como Long-tailed Grassfinch e Shaft-tail Finch. É o mais tranqüilo dos três. Tem o rabo mais comprido, formado por dois filetes de penas - Bico: Amarelo. Babadouro: Preto. Olhos: Pretos. Demais cores: Preto nos loros e cauda. Cinza no topo da cabeça e nuca. Marrom nas costas e asas. Fulvo-rosado no manto e partes inferiores. Branco no abdômen, na região central da cauda e sob a cauda.
Tamanho: cerca de 17 cm, sendo 3,8cm de cauda, composta de 2 penas. Postura: 4 a 6 ovos.
Incubação: 12 a 14 dias.
SUBESPÉCIE
Hecki Grassfinch (Poephila acuticauda hecki). Muito popular - Bico: Vermelho. Babadouro: Preto. Olhos: Pretos . Demais cores: tons mais intensos que os do Cauda Longa.
MUTAÇÕES
Canela - Bico: Vermelho claro. Babadouro: Marrom-café. Olhos: Canela. Demais cores: bege-claro no corpo. Marrom-café nas marcações
Cores derivadas da mutação canela:
Isabel - Bico: Vermelho claro. Babadouro: Marrom-café (diluição parcial) ou Marrom-conhaque (diluição total). Olhos: Canela-avermelhados. Demais cores: Bege-claro no corpo. Marrom-café nas marcações (diluição parcial) ou marrom-conhaque (diluição total).
Branca - Bico: Vermelho. Babadouro: bege-claro. Olhos: Canela-avermelhados. Demais cores: corpo esbranquiçado. Marcações bege-claras.
Albina - Bico: Vermelho. Babadouro: não visível. Olhos: vermelhos. Demais cores corpo totalmente branco.
CAUDA CURTA
ORIGINAL (Poephila cincta). Conhecido como Black-throated Finch e Parson Finch - Bico: Preto. Babadouro: Preto. Olhos: Pretos. Demais cores: Preto na garganta, faixas dos flancos, loros, rabo e traseira. Cinza na cabeça e nuca. Cinza-claro na fronte, região dos ouvidos e bochechas. Marrom-claro atrás do pescoço, costas e parte inferior. Branco no abdômen, nas penas que cobrem a cauda e por baixo dela. Tamanho: cerca de 10 cm. Postura: 5 a 7 ovos. Incubação: 12 a 14 dias.
SUBESPÉCIES
Diggles Finch (Poephila cincta atropy-gialis) - Bico: Preto. Babadouro: Preto. Olhos: Pretos.
Demais cores: iguais ao Cauda Curta, exceto pelas penas que cobrem a cauda, que são pretas.
Dark Diggles (Poephila cincta nigrotecta) - Bico: Preto. Babadouro: Preto. Olhos: Pretos.
Demais cores: cores do corpo mais escuras. Tem pretas as penas que cobrem a cauda.
Parson Light (Poephila cincta vinotinctus) - Bico: Preto. Babadouro: Preto. Olhos: Pretos.
Demais cores: de coloração mais clara de todos. As penas que cobrem a cauda são brancas.
MUTAÇÃO
Canela - Bico: Marrom. Babadouro: Marrom-café. Olhos: Canela. Demais cores: Corpo branco com marcações marrom-café.
Cor derivada da mutação canela:
Branco - Bico: Marrom. Babadouro: Marrom-claro. Olhos: Canela-avermelhado. Demais cores: corpo branco com marcações marrom-claros.

MASCARADO
ORIGINAL (Poephila personata)
Chamado de Masquê ou Masked Finch, em vez de babadouro tem uma máscara. É o mais agitado e de reprodução menos fácil. Sua postura é menor e irregular e a identificação do macho mais difícil - Bico: Amarelo. Máscara: Preta. Olhos: Pretos. Demais cores: Preto nas laterais da fronte, loros, extremidade do queixo e no rabo. Canela na área qual vai da fronte à parte superior da traseira e nas asas. Branco no abdômen, na parte inferior da traseira e nas penas sobre e sob a cauda. Tamanho: cerca de 13 a 14cm. Postura: 4 a 6 ovos. Incubação: 13 a 15 dias.
SUBESPÉCIE
White-Eared Grassfinch (Poephila personata leucotis) - Bico: Amarelo. Máscara: Preta. Olhos: Pretos. Demais cores: A única diferença do Mascarado é uma faixa branca na região dos ouvidos, abaixo dos olhos.
Babadouro = marcação que pega a região do queixo, garganta e parte superior do peito.
Loro = faixa lateral que une o bico aos olhos.

Arara


Atraentes pelo belo colorido e por imitar sons, as Araras costumam fascinar as pessoas

Esta ave, quando criada desde filhote em cativeiro e alimentada na mão, fica mansa com conhecidos e afeiçoa-se especialmente à pessoa que cuida dela, mas com estranhos mostra-se arredia e, às vezes, até agressiva. Pode aprender a dançar, imitar latidos, assobios e a voz humana.
Na natureza emite apenas sons e gritos peculiares. Vive em pequenos grupos exceto na época de reprodução, quando se separa aos casais. Adora tomar banho de chuva e faz ninho em árvore oca ou escava um buraco em barrancos ou o aproveita em pedras. Pode percorrer diariamente até 100km na busca de alimentos: flores e brotos de árvores, larvas, sementes, frutas e partes tenras do caule e das raízes de plantas. "Rói" madeira, como as cascas de árvores, para exercitar o bico e manter ativa a musculatura mandibular.
Há 7 espécies de porte grande que é o preferido para criação doméstica (variam de cerca de 70 a 90cm), originários da América Central e do Sul. A maioria está em extinção, por isso sua criação deve ser feita sempre visando a reprodução. Quatro são de nossa fauna, sendo que a Canindé (Ara Ararauna), e a Arara vermelha (Ara Chloroptera) são as únicas não consideradas em extinção. Todas as espécies já são criadas em criadouros comerciais, o que aumenta a possibilidade de sua perpetuação estando os maiores produtores nos EUA e Europa, onde um exemplar vale de 1.200 a 15 mil dólares. A importação é permitida com autorização do Ibama, que a concede se o criador do exterior enviar uma licença (Cites) fornecida no país de origem, geralmente para aves nascidas em criadouros registrados.
No Brasil, o IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, está autorizando criadouros comerciais da espécie Canindé e vermelha e, neste caso, os primeiros casais poderão ser obtidos através do próprio Ibama, desde que seja atendida a legislação para criadouros comerciais, ou seja, instalações adequadas em ambiente adequado, por exemplo, uma chácara e um veterinário responsável.

FICHA
Instalações: pode-se juntar várias espécies diferentes, desde que elas se dêem bem e sejam do mesmo tamanho. Viveiros amplos que permitam voar, de tela resistente e estrutura metálica. Três quartos do teto coberto com telhas de amianto ou de barro, onde ficarão: poleiros de galhos (vários tamanhos, todos permitindo à ave fechar os dedos), alguns perto do comedouro; o ninho, um cubo (de alvenaria, madeira ou PVC com um buraco de entrada de tamanho tal que a Arara consiga passar e com as seguintes medidas - 55de alt., 60 de larg. E 80 de comp.), a 1 m do chão, apoiado em 4 pés de alvenaria ou suspenso; o comedouro de concreto a 80cm do chão, apoiado em 2 pés de concreto e com 6 buracos rasos: um para água e os outros para demais alimentos. No outro ¼, o solarium com mais poleiros. Piso cimentado com inclinação de 5% para escoar lavagem da sujeira. Fechar todo o fundo e todos os ¾ inferiores e superiores das duas laterais com alvenaria para proteger de ventos. Para um casal, viveiro de 2,2m de alt., 2,5 larg. E 8m de comp. Para criar solta, desde pequena cortar as penas da asa e deixar assim até cerca de 1 ano. Quando a asa cresce de novo ela voa, mas volta, pois já se acostumou ao local. Precisa de abrigo: um chapéu protetor ou telhadinho próximo a uma árvore baixa e isolada, que servirá como poleiro, e ninho igual ao descrito.
Alimentação em cativeiro: diariamente frutas, sementes de girassol e mais, 3 vezes por semana, 6 pedaços de ração para cães por ave e 1 vez por semana, bolachas de água e sal. Adicionar, alternando na semana 3 dos itens: cana-de-açúcar em pedaços, arroz integral cozido, coco maduro, milho verde ou duro, pão, verduras com talos grossos, como couve e repolho. Picar quadrados de 2cm - facilita pegar e evita desperdícios. Testar a quantidade observando se há sobras. Deixar ao alcance um tijolo embebido em salmoura (1 copo de sal grosso para 1 l de água) por um dia, para "roer" até acabar. Água trocada diariamente.
Reprodução: fácil em cativeiro. A partir dos 3 anos. De setembro a março. Casal identificado por sexagem por veterinário de aves ( o macho alimenta a fêmea no bico, especialmente nessa época). De 2 a 3 ovos, chocados por cerca de 28 dias. Condições para reproduzir: lugar sossegado, boa alimentação, um casal que não brigue, por viveiro.
Saúde: sensível a verminoses, especialmente a Capilariose, transmitida por excrementos de aves. Necessidade de controle com exames periódicos de fezes e de manter o viveiro limpo.
Tempo de vida em cativeiro: mais de 40 anos.

ARAPONGA


Seu canto imita o trabalho do ferreiro. São poucos os exemplares de Araponga em cativeiro.
Mas vale a pena criar esta ave, pois ela tem uma plumagem bonita e fica muito mansa

A Araponga é conhecida em todo o Brasil pelo seu grito alto e estridente. Fora de São Paulo, em outras regiões do país, ela é conhecida por Guiraponga, Ferreiro ou Ferrador, sendo que esses dois últimos nomes vêm do seu grito, que imita com perfeição o trabalho de um ferreiro, primeiramente com uma lima e a seguir com a batida estridente de um martelo sobre a bigorna. O nome Araponga é indígena e vem de ara (ave) e ponga (soar).

Três espécies de Arapongas são encontradas no Brasil: a procnias nudicollis, que é a mais comum, habitando desde matas litorâneas da Bahia até o Rio Grande do Sul. O macho é todo branco, com a garganta e os lados da cabeça esverdeados, e a fêmea é totalmente esverdeada. Temos também a procnias averano que vive em Roraima e no Nordeste, onde se torna cada vez mais rara por causa da derrubada das matas, seu habitat natural. Alguns ecologistas estão tentando a preservação desta espécie, que é muito bonita: tem as asas pretas, peito branco, cabeça marrom e vários apêndices carnudos que "nascem" do seu pescoço como se fossem barba, de onde vem seu nome popular de "Araponga de Barbela". A terceira espécie é a procnias alba, que habita o Amazonas na região do Rio Negro, mas pouco se sabe sobre ela.

Cada macho adulto - eles ficam adultos entre dois anos e dois anos e meio - tem seu território, uma árvore que ele defende e onde não permite a intrusão de machos da sua idade nos seus dois galhos favoritos: um mais alto, onde ele canta, outro mais baixo onde se acasala.

Pousado no galho mais alto, o macho canta o dia inteiro para atrair a fêmea; e este é um dos casos em que a fêmea escolhe o macho. Os dois se encontram no "galho do acasalamento", e o macho dá um grito bem forte em frente à fêmea; se ela aceitar este macho, dá-se o acasalamento. Posteriormente o macho volta para o seu "galho de canto" e continua a cantar; se aparecer outra fêmea ele repete a manobra.

Somente agora a criação de casais em cativeiro está sendo incentivada. Antes, mantinha-se o macho, que tem uma bela plumagem, e não se dava atenção à fêmea, menos atraente. Isto advém do fato de que, no Brasil, o interesse pela reprodução das aves não tem mais de 15 anos - mantinha-se pela beleza do canto, da plumagem ou pela raridade, sem maiores preocupações com a procriação das espécies. Ainda hoje, quase não se vêem fêmeas de Araponga em cativeiro. Mas vale a pena criar este pássaro que, além de plumagem bonita, logo fica manso.

CUIDADOS
Porte: de 27 a 28 cm.
Alimentação: na vida selvagem, as Arapongas, cuja abertura de bico é enorme, comem pequenos frutos silvestres e bagas inteiras. Em cativeiro devemos dar-lhes banana, mamão, tomate etc, tudo cortado em pequenos cubos. Pode-se misturar estes frutos com ração para Sábia ou com uma mistura de Neston com Meritene. A alimentação deve ser colocada no alto: a Araponga não gosta muito de descer ao chão.
Instalações: Ideal para se criar um casal é um viveiro de 4 x 4 m; no mínimo 2 x 3 m. Construir um ninho de xaxim com folhas de palmeira secas enfeitando, ou uma cestinha aberta e colocar no fundo do viveiro, que deve ser fechado, pois se a fêmea não encontrar condições de aconchego não vai reproduzir. O ninho pode ser pendurado na parede por suporte de samambaia.
Reprodução: Fora da época de reprodução, dividir o viveiro no meio com tela de arame, pois as Arapongas são muito assustadiças e é preciso que uma se acostume com a outra. A partir da primavera tira-se a divisão ficando os dois juntos; só a fêmea trabalha na construção do ninho e no cuidado da prole. A postura e de cerca de 2 ovos, o período de incubação de 23 dias e os filhotes saem do ninho com 27 dias de idade. Devem ser alimentados com frutos e larvas de Tenébrio
Higiene e saúde: Manter a gaiola sempre limpa e arejada, sem umidade. As folhas do viveiro não devem estar abaixo do poleiro, pois podem se tornar foco de fezes que matam a Araponga com facilidade através de fungos na garganta. Pode-se comprar uma solução de Biocid e usá-la muito diluída para matar os fungos.
As arapongas estão afeitas a três espécies de problemas. Os pulmonares se manifestam pela respiração difícil acompanhada de movimentos da cauda. Remédio: Terramicina ou Pantomicina, uma colher de chá para uma xícara de água. O fungo na garganta, também se manifesta pela respiração difícil, mas não é acompanhado de movimentos da cauda. Remédio: Micostatin em gotas no bico. Problemas intestinais e coccidiose; sintoma: fezes líquidas e peito seco. Remédio: sulfa bactrin líquido, uma colher de chá para uma xícara de água.
Convivências com outros pássaros: não convém que conviva com pássaros grandes ou outros da mesma espécie, pois a Araponga é briguenta e assustadiça.